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No mês passado, investigadores do CCMAR – Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve – e do OKEANOS – Instituto de Investigação em Ciências do Mar da Universidade dos Açores – participaram numa missão científica no Parque Nacional do Banc d’Arguin, na Mauritânia.

A expedição decorreu no âmbito de um doutoramento centrado no estudo do papel ecológico do Banc d’Arguin no ciclo de vida de espécies ameaçadas como o tubarão-martelo (Sphyrna lewini) e o peixe-guitarra-de-focinho-preto (Glaucostegus cemiculus).

Durante uma semana, a equipa trabalhou lado a lado com os pescadores locais Imraguen, utilizando embarcações tradicionais à vela e o saber ancestral destas comunidades para tentar localizar e capturar os tubarões para marcação. Apesar de não terem sido capturados tubarões-martelo nesta missão, foram recolhidas amostras valiosas de outras espécies de tubarões e raias, incluindo algumas criticamente ameaçadas.

Esta missão contou com a colaboração do IPMA, OKEANOS-UAc, CCMAR, PNBA (Parc National du Banc d’Arguin) e de um investigador do IMROP (Institut Mauritanien de Recherches Océanographiques et des Pêches), sendo financiada pelo ICCAT – International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas.

De acordo com os cientistas, a colaboração com estes pescadores revelou-se particularmente enriquecedora e impactante, evidenciando não só o conhecimento tradicional que estas tribos adquiriram ao longo de anos de pesca e navegação nas águas locais, como também trouxe uma valiosa perspetiva sobre a vida neste interface entre águas costeiras altamente biodiversas e o deserto do Sara.